VI Encontro Brasileiro de Educomunicação e III Educom Sul
Replicado de http://www.abpeducom.org.br/
Por Silene Lourenço - relatora dessa mesa redonda.
Mesa discute negritude, pan-africanismo e lesbianismo Foto: Luiz Altieri Soares |
O tema, cada vez mais presente em debates sobre políticas públicas afirmativas e em ações de natureza educomunicativa, foi abordado de forma sensível e com muita propriedade pelos quatro integrantes da mesa que, sob a mediação da Profª Drª Leonice Oliveira, provocaram importantes reflexões sobre o direito de expressão das diversidades.
Diversidade frente a opressão do machismo, do racismo e da lesbofobia
A professora Cláudia Regina, feminista e representante do movimento LGBT, abriu o debate falando da importância de se abrir espaço em eventos como esse para se discutir o direito à comunicação também a partir da orientação sexual dos sujeitos, tendo em vista o movimento atual pela democratização dos meios em nosso país.
A professora Cláudia Regina, feminista e representante do movimento LGBT, abriu o debate falando da importância de se abrir espaço em eventos como esse para se discutir o direito à comunicação também a partir da orientação sexual dos sujeitos, tendo em vista o movimento atual pela democratização dos meios em nosso país.
Citando
a experiência educomunicativa do Programa de Mulher – projeto de
extensão universitária desenvolvido em parceria com rádios comunitárias
–, ressaltou a necessidade de se inserir na pauta do dia a defesa do
direito à diversidade frente a opressão do machismo, do racismo e da
lesbofobia, marcada sobretudo pela invisibilidade dessas mulheres na
nossa sociedade.
Para a professora Cláudia, algumas conquistas passam pela alteração dos
currículos dos cursos de Comunicação, e nesse campo ainda há muito a ser
feito.
Pan-africanismo é mais que um pensamento. É um movimento político e ideológico.
Pan-africanismo é mais que um pensamento. É um movimento político e ideológico.
Assim iniciou sua fala o professor Fernando Jorge sobre as diásporas
africanas, que surgem a partir das rotas do tráfico de escravos, e a
necessidade de construção de um pan-africanismo revolucionário para a
formação da identidade negra e africana a partir da diversidade no mundo
contemporâneo.
Segundo
o professor Fernando, o pan-africanismo é mais do que um pensamento.
Trata-se de um movimento político e ideológico pelo reconhecimento da
autodeterminação e dignificação dos povos africanos.
Projeto RS Negro atua a partir das áreas educomunicativas
"Se não fosse o Educom, não sei o que seria de mim", disse Bruna.
A última apresentação, mas não menos importante, foi a da professora Maria da Graça Gomes Paiva sobre as experiências educomunicativas da prefeitura de Porto Alegre. Depois de mostrar alguns dados que conferem alta qualificação ao corpo docente da rede municipal, a professora Maria da Graça falou dos esforços despendidos pelo poder público, desde 1993, para promover a inclusão digital. Essas ações estariam sendo redimensionadas a partir do conceito de Educomunicação, uma vez que o foco passa a ser o sentimento de pertencimento e a construção do eu-sujeito.
Seu trabalho, atualmente, consiste na construção de um campo
epistemológico sobre as diásporas africanas baseado no diálogo
intercultural e intergeracional e na superação da África objeto pela
África sujeito, o que só será possível com a descolonização de nossas
mentes.
A Educomunicação, pois, contribuiria para a edificação de novos
paradigmas epistemológicos em oposição à visão eurocêntrica da História.
Projeto RS Negro atua a partir das áreas educomunicativas
Representando
a Ministra de Política da Promoção de Igualdade Racial – Profª Drª
Nilma Lino Gomes – a contribuição da Profª Drª Sátira Machado
(SEDUC/EDUCOMAFRO) discutiu a relação entre Educomunicação - e as suas
diversas áreas de intervenção - e Negritude.
Sua discussão se deu a partir da apresentação do Projeto RS Negro,
que tem por objetivo dar visibilidade e promover o empoderamento dos
negros do Rio Grande do Sul através do resgate histórico e cultural
desses povos, da produção e divulgação de materiais educomunicativos nas
escolas e da apropriação das tecnologias da informação e da comunicação
para promover a consciência negra em rede.
"Se não fosse o Educom, não sei o que seria de mim", disse Bruna.
A última apresentação, mas não menos importante, foi a da professora Maria da Graça Gomes Paiva sobre as experiências educomunicativas da prefeitura de Porto Alegre. Depois de mostrar alguns dados que conferem alta qualificação ao corpo docente da rede municipal, a professora Maria da Graça falou dos esforços despendidos pelo poder público, desde 1993, para promover a inclusão digital. Essas ações estariam sendo redimensionadas a partir do conceito de Educomunicação, uma vez que o foco passa a ser o sentimento de pertencimento e a construção do eu-sujeito.
Na prática, os alunos hoje estão sendo incentivados a assumirem o papel
de protagonistas em cobertura de eventos e autores de produções
midiáticas.
Para encerrar, foi apresentado o depoimento em vídeo de uma ex-aluna da
rede, negra, hoje professora estagiária de educação infantil, sobre a
sua mudança de perspectiva em relação a si mesma, em relação ao outro e
em relação ao futuro a partir do momento em que foi convidada a
participar do projeto de rádio em sua escola, quando cursava a 7ª série.
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